2015

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Uma década!

  Minha chefe resolveu fazer uma faxina no apartamento dela e levou para o trabalho tudo que resolveu jogar fora. Como ela tem uma enorme dificuldade de se livrar de cacarecos apenas separou uma pilha de revistas de   dez anos atrás. Publicações da Cláudia, Nova, Viver Bem ... etc.
  No início achei absurdo eu ter que guardar no trabalho aquelas "folhas de porta-pó", mas depois me diverti. A cada semana analiso uma revistinha (depois me livro dela, lógico).
   A Leitura te coloca num túnel do tempo. Impressionante pois apenas em dez aninhos o mundo avançou assustadoramente em todos os setores. As matérias mais defasadas são relacionadas a Informática e Ciência - incluindo aí a medicina estética. Do que ainda pode ser usado, que são atemporais, são as dicas de dietas, receitas culinárias, poesias, e quadrinhos.
   Não gosto de poesia e acho os poetas meio altistas. Porém na última página da Revista Cláudia, ano  2000, encontrei uma tal Flora Figueiredo. Gostei do verso e fui pesquisar outros trabalhos dela. Alguns delirantes mas outros muito bons. Selecionei dois e posto abaixo.



Querido Amigo (Flora Figueiredo) 
Por onde andamos 
nós que raramente nos falamos? 
Engolidos pela pressa
ou pela saga do compromisso?
Ó Deus que maratona é essa?

Deixo um recado de saudade
para você pensar.
Por mais que a vida corra e o mundo agite,
por favor, acredite:
o nosso coração não muda de lugar.

O tempo e a distância
costumam nos arrastar.
É como se folhas de outono
se separassem pelo sopro de algum vento.
Mas nosso coração não muda de lugar.

Conservo a mão estendida,
o peito aberto,
o ombro compreensivo,
o pensamento alerta.
A qualquer hora você pode me chamar.
O meu carinho permanece vivo.

É QUE O NOSSO CORAÇÃO NÃO MUDA DE LUGAR


Outro, 

Dor de cotovelo!

Deve ser tratada com dignidade. 
Não é virose,
epidemia de artrose,
nem mesmo falha de envelhecimento.
Independe da idade.

Costuma dar a sensação
de um escuro profundo,
 onde a luz não chega,
onde a esperança é cega
e nossa estima é o rodapé do mundo.

Não acredite !
Como esse mal não transmite
nenhum perigo fatal,
pode ser prazeroso o colo de um amigo,
um abraço forte, como abrigo,
uma palavra doce, 
um cafuné.

Acima de tudo, que se mantenha a fé,
muito pior do que passar por isso, 
é sonegar emoção,
evitar o risco e o compromisso,
esconder-se atrás das grades da razão.

Quem hoje por amor está sofrendo,
só por amar, já merece estar vivendo.

(Flora Figueiredo)



Um comentário:

  1. Oi Telma, também não gosto de poesias, mas estas que publicaste tem algum sentido. Gostei...

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